Funk Rave

Como DJ GBR e DJ Tezinho criaram o Projeto Rave dos Fluxos

06.08.2019 | Por: Julia Reis

Nesse ano, DJ GBR, DJ Tezinho e outros produtores que já te apresentamos começaram a estourar em festas universitárias e bailes de favela, conquistando todas as classes sociais com uma mistura mais dura, porém de bom agrado, dessa junção de música eletrônica e funk que vinha sendo discreta até agora. Com cada vez mais trabalhos, músicas lançando e um movimento se formando, o Portal KondZilla te explica melhor esse momento do funk chamando de funk-rave.

Pra começar, vamos te falar do Projeto Rave dos Fluxos, esse é o som de maior sucesso dos produtores GBR e Tezinho. A música, que já tem até a parte 3, foi lançada em maio deste ano e a primeira parte tem mais de 4,1 milhões de visualizações no YouTube.

Nesses últimos tempos, o sucesso do funk-rave virou febre nos bailes em São Paulo, chopadas e jogos universitários, contando com participações dos principais MCs da cena, como MC GW, MC Kitinho e MC Rick.

Estes trabalhos foram planejados por TH, DJ Tezinho e DJ GBR, mas o que não estava nos planos deles era virar referência para uma nova sonoridade no funk. “Eu nunca imaginei que estaria onde estou no momento, é um sonho sendo realizado, pois nunca botei fé que esse estilo andaria tanto assim”, fala DJ GBR que é considerado um dos pioneiros do movimento.

O funk-rave, ritmo que mistura eletrônica com funk, têm sido implementado em vários hits que estão nas paradas principais e promete ser a próxima febre do momento. Recentemente, Kevinho e MC Hollywood lançaram “É Rave Que Fala Né”. O clipe, lançado há 5 meses, já tem mais de 20 milhões de visualizações. Aliás, Hollywood vêm apostando no ritmo há bastante tempo, por exemplo em “Tipo Rave Balança o Popô“, que está com 8,9 milhões de visualizações.

O trabalho feito pelos dois DJs no funk-rave se difere bastante do que os cariocas fazem com o 150BPM e até mesmo do miami bass, que influenciou o começo do funk carioca. O que antes era trazido somente como referência, hoje é feito com os próprios samples, ou melhor, pontinho das músicas eletrônicas. O som sempre começa com um grande hit de eletrônico e, na hora do drop, o público é surpreendido por uma batida de funk sonoramente metalizado e agressivo.

Projeto Rave nos Fluxos estourando no baile.

No entanto, GBR ainda não acha que está fazendo “sucesso”, mas que está no caminho certo. Já aos 12 anos, Gabriel Henrique Nogueira começou a se interessar pelo universo da produção musical. Ele praticava fazendo sons amadores para MCs da sua cidade em São José dos Campos, no interior de São Paulo, e começou a treinar mixagem de sets.

Gabriel começou a praticar com música eletrônica porque pensava que seria mais fácil de aprender. Por gostar muito do funk e já produzir para os MCs de sua cidade, ele começou a pensar se os dois ritmos não dariam um bom casamento. “Até hoje, eu sempre tento achar uma música em que a galera fica na espera do drop, depois vou fazendo o beat de acordo com as notas”, explica o DJ de 17 anos. Essa sacada conseguiu juntar dois públicos diferentes, mas que trazem a semelhança do gosto pela ritmo acelerado e graves pesados.

Já o grande sonho de DJ Tezinho, na verdade, era ser MC. Por conta da falta de grana, Tezinho começou a produzir suas próprias canções. Depois de uns anos, o controle do DJ de ter a sonoridade, batidas e o público das festas o pegou. Parou de cantar e se dedicou somente a isso.

Natural da zona leste de São Paulo, enquanto criança ouvia funk, mas também sempre curtiu a música eletrônica, assim como GBR. Somando sua vivência de quebrada com seus gostos musicais, anos depois criou, juntamente com seu empresário e do GBR, o Projeto Rave dos Fluxos. “O funk sempre foi mesclado por vários ritmos, incluindo eletrônica. Depois do 150 BPM, criei mais expectativa da rave no funk”, admite Tezinho.

Para GBR, o casamento entre essas duas vertentes foi perfeito. “O funk tem espaço pra tudo. É um ritmo que se você souber samplear algo que fique bom, a galera vai aceitar. O público do funk gosta de novidades, o importante é fazer todo mundo dançar.”

Com o sucesso, ambos os DJs realizam uma média de 30 shows por mês, tanto para o público universitário, quanto em bailes.

As famosas umbrellas, que surgiram nas raves, também foram pro baile.

Depois do MC Fioti no Tomorrowland, o caminho para a gringa se aproxima dos sonhos do produtor. “Meu foco tá sendo fazer as turnês levando esse estilo para todo canto do país, e em breve quero levar para o mundo”, projeta GBR, que já tocou em estados como Tocantins, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

A real é que a junção dos samples de DJ com a característica do funk casam desde os passinhos, até a agressividade do grave. Entre ruas, paredões e festas universitárias, DJ GBR, DJ Tezinho e até o MC Hollywood estão renovando o funk de São Paulo. “O nosso objetivo com o projeto é chegar a lugares onde nem conseguimos imaginar, levantar a bandeira rave-funk e sempre nos capacitar pra melhorias de todas as formas”, completa Tezinho.

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