Kendrick Lamar lança a trilha sonora do filme Black Panther
Saiu na última sexta-feira (09), pré-carnaval, o álbum Black Panther – trilha do filme homônimo que estreia dia 15 de fevereiro nos cinemas de todo o país. Ao todo são 14 faixas, assinadas por Sounwave — produtor residente da Top Dawg Entertainment, gravadora do cantor Kendrick Lamar. O rapper, junto do chefão da T.D.E. Anthony “Top Dawg” Tiffith, foi responsável por curar e produzir o álbum todo, e o resultado mostra que K-Dot continua sua sequência de acertos, após o disco Damn lançado em 2017, e segura tranquilamente o título de um dos melhores rappers da atualidade.
A convite do meu editor, vou listar minhas primeiras impressões do álbum. Como são muitas faixas, escolhi alguns destaques positivos e negativos para aprofundar nos próximos parágrafos. Você pode conferir e adquirir o material nas principais lojas de músicas e serviços de streaming. O teaser do filme você confere abaixo.
Agora, bora logo pra essa preciosidade de álbum.
Começando pelo começo, a primeira faixa já anuncia sem meias palavras onde você está: “Black Panther” é o solo de onde floresce o restante do álbum. Abrindo com tambores em ritmos africanos e transitando para influências distônicas do jazz, lembrando um pouco o aclamado álbum “To Pimp a Butterfly”, a faixa estabelece a ambientação num ritmo crescente de tensão e passa o bastão adiante.
Quase como uma brisa fresca no dia mais quente do ano, a segunda faixa tem a levada de uma voz suave da talentosíssima cantora SZA. A música conta também com cordas no refrão que, certamente, vão facilitar a integração na trilha orquestrada do filme. Produzida pelo sueco Ludwig Göransson, compositor que já trabalhou com Childish Gambino na produção da mixtape Acid Rap, a faixa “All The Stars” tem tudo pra tocar sem parar nos próximos meses.
A partir daí o álbum segue lotado de estrelas, com participações de gente grande do rap americano, tais como: ScHoolboy Q, 2 Chainz, Anderson .Paak, James Blake, Future, Jay Rock, The Weeknd, Travis Scott e outros. Confira o faixa-a-faixa aí em baixo.
#Opps – Vince Staples, Yugen Blakrok e Kendrick Lamar
Enquanto até aqui as músicas tinham muito de R&B, principalmente as com vocal feminino, a quinta faixa – “Opps” destoa com um beat rápido, batidas sintetizadas e quadradas, uma linha de baixo onipresente e de certa forma, uma levada meio tribal e potente. Acionando a máxima ‘menos é mais’ a faixa é completa e ao mesmo tempo dá abertura para remixes. O flow que Kendrick leva junto de Vince Staples segue a linha agressiva do beat, resultando, como de costume pro duo, em um rap de qualidade.
#I Am – Kendrick Lamar e Jorja Smith
Se a pancadaria rolou solta em “Opps”, em “I Am”, sexta faixa do álbum, a batida tem força e peso, mas ao mesmo tempo, soa macia aos ouvidos. Chega a ser a sobremesa do álbum. Jorja Smith nos presenteia com um canto que massageia os ouvidos, intercalado por pequenas participações de Kendrick pontuando o final dos versos. Mesmo com alguns riffs de guitarra, um violino de leve acalma os corações.
#King’s Dead – Kendrick Lamar feat. Future & James Blake
Mesmo se tratando de um álbum de trilha sonora para um filme, nosso querido amigo Lamar não ia deixar a chance de lançar um hit (ou melhor, mais um). Se tem uma música pra pista nesse trabalho, definitivamente é a faixa: “King’s Dead“. De autoria do rapper Jay Rock o som conta com participações de Kendrick, Future e James Blake; acompanhado de um beat característico de trap com o kick gordo e hi-hats velozes, conduzindo a sensação de agitação na música. Como se não fosse suficiente, no último terço da faixa acontece um beat shift (tipo, uma virada TOTAL da batida) com um verso simplesmente destruidor de K-Dot. Fire!
#Redemption – Kendrick Lamar feat. Zacari
Cabe aqui uma menção honrosa à faixa 11 – Redemption. Com um beat que lembra a música “Passionfruit” do Drake e vocais suaves como seda, é uma daquelas faixas pra se colocar na playlist de verão. Resgatando sons jamaicanos, os timbres devem ter alguma relação com o filme. A levada dançante África + timbres relaxantes e essa voz delicada de Kendrick, ainda vai chamar muito a atenção.
#Pray For Me – The Weekend feat. Kendrick Lamar
O álbum se encerra com “Pray For Me“, música do rapper The Weeknd ao lado do Kendrick Lamar. Difícil dar errado algo quando esses dois se juntam, mas, repare, não só não deu errado como deu muito certo. A letra de Kendrick fala sobre uma série de dificuldades, como a luta contra o “eu”, contra o governo, contra a marginalização do povo negro; enquanto The Weeknd canta sua falta de esperança, ele diz: “Quem vai lutar por mim?” Se eu fosse apostar, diria que vai tocar no momento de redenção do Pantera Negra, vamos descobrir dia 15.
Apesar de ser muito difícil apontar um elo fraco, na minha humilde opinião, eu diria que ele fica na faixa 12 – “Seasons“. Não é ruim, porém, perto do conjunto da obra é só mais uma música. Parece que ela não foi concebida junto às outras, o que não chega a ser um erro, mas soa estranho. Alguns podem gostar – eu mesmo achei interessante. Só que não para o álbum.
Foto: reprodução instagram
Ah, e antes que eu me esqueça, cadê o Run The Jewels Kendrick? Os caras participaram da campanha do Black Panther desde o começo, inclusive tiveram a música escolhida pra tocar no teaser do filme e nada de participação no álbum. Essa sim foi minha maior decepção.
Como o editor me pediu por uma nota, diria: 9/10.
Escute o álbum na sua plataforma favorita: Spotify // Deezer.
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Agora quero saber sua opinião também. Concorda com nós? O que você achou? Ouça o álbum e nos diga, ali nos comentários.