Ives Nascimento se divide entre o trampo no hospital e o funk
Sextou e cê já tá ligado que é dia de Conte Aqui Sua História, a coluna da KondZilla na qual geral pode aparecer falando sobre o próprio corre. Hoje é a vez de Ives Nascimento, que se reveza entre o funk e o dia a dia de trabalho em um hospital. Uma curiosidade chave sobre esse mano é que ele, antes de ser produtor, foi MC, e quem o produzia pra ele era o MC Fioti. Na época, conhecido como DJ Orelha. Se liga!
“Salve, eu sou o Ives Costa do Nascimento, tenho 23 anos, e moro no extremo sul do Jardim Ângela, em São Paulo.
Eu comecei no funk em 2011, como MC. Na época, a tecnologia não era tão avançada, não era tão fácil produzir que nem é hoje. Quem produzia pra mim era o DJ Orelha, mais conhecido hoje como o MC Fioti. Ele me ajudou bastante no começo, me dava umas base e uns kits e eu conseguia fazer bastante coisa.
Em 2015, eu desisti da carreira de MC e decidi que queria estudar, mas não larguei o funk. Nisso, terminei os estudos e consegui uma bolsa de 50% em enfermagem e hoje tô no segundo ano. Meu irmão é terapeuta ocupacional e minha mãe é auxiliar de Enfermagem. Então, eu sempre tive o incentivo pra trabalhar na área da saúde.
Dois anos atrás, eu já tava na faculdade e trampando no hospital, e recebi um convite de trabalhar na equipe Dz7 Produções. Era uma coisa muito simples, que aos poucos fomos trabalhando e tá crescendo. Ainda não é o que a gente almeja, mas já tá uma coisa maior.
Eu trabalho em uma unidade do Hospital das Clínicas que é referência no tratamento de lesão medular ou lesão cefálica. A Covid-19 deixa as pessoas com sequelas muito graves, seja pelo entubamento de mais de três dias ou outros sintomas, como esquecer como andar ou comer. Por isso, começamos a receber esses pacientes com esse tipo de sequela. Eu sou auxiliar administrativo, trabalho no do andar dos pacientes com coronavírus. Temos uma equipe multidisciplinar e, mesmo não sendo enfermeiro ainda, tento ajudar ao máximo.
O momento da pandemia tá sendo difícil pra mim, como pra todo mundo. No começo, eu ficava chateado porque tava todo mundo de home office e o meu trabalho não parou, como o de muita gente.
No funk, as coisas estão caminhando. Recentemente, eu e o MC Menor da DS lançamos uma música chamada “Loira do Volvo“, e a empresa Volvo nos patrocinou e emprestou um carro.
Se você quer trampar com funk, tenha certeza que é isso o que você quer e estuda muito o funk e que o povo tá escutando. Não espera cair do céu, tem que ir atrás, porque nada acontece por acaso. Se você tiver que estudar, vai estudar, se tiver que ir trabalhar pra comprar instrumento, vai porque, como diz o Emicida, o sentido da vida é pra frente!”
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