Em plena pandemia, vida nas favelas muda e covid-19 preocupa população
A pandemia do coronavírus, covid-19, não afeta todo mundo igual já que nem todo mundo pode trampar tranquilamente de casa e nem parar de trabalhar. Pensando nisso, a pedido da CUFA o Instituto Locomotiva e o Instituto Data Favela fizeram um estudo sobre como a pandemia está afetando a vida nas periferias do Brasil. Pega a visão.
O estudo realizado com aproximadamente 1.100 pessoas de 262 favelas diferentes mostrou que as periferias estão preocupadas com o coronavírus e que a vida de 97% dos entrevistados mudou. A pesquisa foi feita entre os dias 20 e 23 de março, e a indicação já era que as pessoas ficassem em casa.
Mudança na rotina, principalmente, na rotina de trabalho, muitas vezes quer dizer preocupação com dinheiro, já que como a própria pesquisa mostra: na favela, 47% das pessoas são autônomas e apenas 19% têm carteira assinada. Isso significa que a maioria das pessoas não tem nenhuma segurança financeira durante esse período que estamos de quarentena. Ainda nesse assunto, a pesquisa mostra que 86% dos trabalhadores já viram que o movimento do comércio tem diminuído por conta da pandemia.
Tendo em vista que 71% das pessoas da favela vivem com o dinheiro que recebem de salário e como agora os comércios e demais estabelecimentos não estão funcionando, com exceções como farmácias, padarias e outros, a preocupação é muito grande com as contas, que continuam vindo, além da preocupação em se alimentar.
É por esses e outros motivos que o Governo está estudando ações que podem ajudar a população nesse momento. O Programa Merenda em Casa, do governo de São Paulo, visa repassar uma quantia mensal para alunos da rede público que se alimentavam na escola, no âmbito federal foi aprovada a Renda Básica Emergencial (precisa apenas da assinatura do presidente para começar a valer), com um valor de R$ 600 mensal para autônomos, informais e desempregados até o final da quarentena.
Mas, além da preocupação financeira, o medo de contrair o vírus também é algo que tem preocupado muito as populações das favelas. A pesquisa diz ainda que duas a cada três pessoas estão preocupados com a saúde. Isso também explica o porque a maioria das pessoas já mudaram suas rotinas.
Por mais que o medo do futuro seja uma realidade, precisamos nos manter firmes nesse momento. É importante achar meios que nos ajudem a nos manter calmos, seja ligando para amigos, buscando auxílio psicológico ou buscando distrações.