Conte aqui sua historia

“As pessoas me zoavam e na frente delas eu ria, mas em casa eu chorava”, conheça a história de Vinícius Santos

06.03.2020 | Por: Redação

Chegou sexta-feira, dia da nossa série “Conte aqui sua história“. Um bloco dedicado ao público contar sua própria história no Portal KondZilla, mostrando os problemas e como superaram as dificuldades. Quem manda o papo hoje é o Vinicius, que mora em Foz do Iguaçu.

“Boa tarde, me chamo Vinicius, tenho 20 anos e moro em Foz do Iguaçu. Nasci com 7 meses e com isso nasci vesgo. Minha infância foi com 2 primas, sofri muito preconceito porque me sentia muito diferente de todos e não conseguia fazer amizades.

Eu nasci em São Miguel, minha mãe me teve com 18 anos e meu pai era servente. Cresci com as minhas primas e com 16 anos vim pra Foz do Iguaçu. Entrei em depressão porque não tinha amigos. Me envolvi com drogas, fiz alguns amigos.

Quando eu tinha 5 anos, um garoto me falou: você tá olhando pra mim ou pra parede? Isso me fez pensar o porquê eu era assim, estrábico. Nessa época, nasceu um irmão meu, depois nasceu outro. Como meu pai era servente, nem sempre tinha trabalho. Nisso, a gente só tinha pipoca pra comer em casa e eu lembro de falar pra minha vó que não aguentava mais comer pipoca no almoço e na janta.

Vim pra Foz com 16 anos, entrei em depressão pois não tinha amigos, não conseguia fazer amizade, não ter um relacionamento por me sentir feio, eu era fora do padrão. As pessoas me zoavam e na frente delas eu ria, mas em casa eu chorava.

Meu primeiro contato com as drogas foi com maconha, aí foi indo, comecei ir em festa, conhecer gente. Quando fui ver, eu já tava muito fora da casinha. Minha mãe acabou descobrindo e me pediu pra não usar mais, mas eu continuei, né? era adolescente..

O tempo foi passando, fui mudando minha mente, conheci vários amigos. Um certo dia, eu tinha sofrido um acidente, tinha batido um carro bêbado, eu tava voltando pra casa depois de vender trufa na rua, aí trombei com um amigo meu na rua (que já está com Deus). A gente conversou, depois chegou mais um amigo nosso, ele chamou a gente pra ir na festa, a gente não quis e no dia seguinte, assassinaram ele.

Isso me chocou muito e me fez pensar que tudo isso de festa não era vida. Entrei num restaurante de sushi, sem saber nada, e hoje faz três anos que trabalho com isso. Mudei minha mente, mudei tudo. Comecei a escrever música, principalmente brega funk.

A gente não pode se sentir mal por não ter o que os outros não tem, que a gente tem que ser do jeito que a sociedade prega. A vida não é só aparência e dinheiro.”

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